sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Actualizações e outras notas (1)

Lentamente, o megalitismo, talvez a primeira arquitectura construída nestas terras com um desígnio de longa duração, vai cedendo ao tempo. Mesmo num tempo que a reconheceu, em parte a compreendeu, e lhe conferiu estatuto de património. Na recente volta que ando a dar aos meus registos fotográficos do megalitismo português tomei consciência de algo que me passou despercebido, resultado de intervalos grandes entre visitas. Comparando fotografias de Cebolinhos 1 de 2008, com as tiradas este ano de 2018, verifica-se que um dos grandes esteios tombou, ao fim de mais de 5000 anos. A gravidade é tramada. Não só a que é gerada pelo movimento da Terra, mas sobretudo a que é gerada pela incuria de quem deveria, por função ou condição, proteger este património. Ou seja, mais ou menos todos nós. Ficamos, pois à espera de ver quanto mais tempo resiste um dos maiores monumentos megalíticos do país e da península, e que fica lá mais para as bandas de Évora. Começo a duvidar que me sobreviva.



Cebolinhos 1 em 2008


Cebolinhos 1 em 2018


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